Na Cidade Escola Aprendiz, a comunicação é reconhecida como uma das principais ferramentas de desenvolvimento e transformação social.
O conhecimento que produzimos há mais de duas décadas nas áreas de Educação e Direitos Humanos, com foco nas infâncias e juventudes, nos permite elaborar conteúdos e estratégias para articular, mobilizar, engajar e influenciar políticas públicas (advocacy) de forma aprofundada e inovadora. A área de Comunicação para o Desenvolvimento apoia organizações sociais, coletivos, movimentos e empresas a reforçarem seu posicionamento a partir de uma efetiva comunicação de suas causas.
380 mil
pessoas alcançadas pelo Chega de Trabalho Infantil no Facebook
18 milhões
de pessoas alcançadas pela frente C4D no Facebook
572 atendimentos a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, exclusão escolar e trabalho infantil na cidade de São Paulo
2,3
milhões
de usuários únicos nos sites
1,2
milhão
de visualizações de páginas no site Chega de Trabalho Infantil
63
mil
conteúdos compartilhados
3,8
milhões de
visualizações de páginas nos sites da Fundação Telefônica Vivo
O Projeto Chega de Trabalho Infantil na Indústria da Moda, realizado pela Cidade Escola Aprendiz com apoio do Instituto C&A, atual Fundação Laudes, identificou 129 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil na cadeia têxtil e em outras atividades na cidade de São Paulo. Com oito meses de duração, a experiência-piloto foi implementada entre agosto de 2019 e março de 2020 e teve como território focal os distritos do Brás e Bom Retiro, região central da cidade de São Paulo, além de polos de oficinas de costura vizinhos, abrangendo o perímetro com a maior concentração de confecções do Brasil.
A estratégia de atuação aliou pela primeira vez duas áreas de referência da Cidade Escola Aprendiz: a busca ativa escolar, por meio do programa Aluno Presente, e a prevenção e erradicação do trabalho infantil, por meio do projeto Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil. O resultado foi o desenvolvimento de uma metodologia capaz de responder ao desafio de identificação de casos de trabalho infantil em suas piores formas e de enfrentar os fatores de abandono e evasão escolar de brasileiros e imigrantes e de alto grau de vulnerabilidade. O projeto deixa ainda importantes contribuições para a agenda do trabalho infantil e para as políticas migratórias na cidade de São Paulo, valendo-se de um preciso diagnóstico socioterritorial e de um sistema próprio de monitoramento de situações de vulnerabilidade. Os novos métodos de identificação estão sendo discutidos com comissões temáticas de prevenção do trabalho infantil e do trabalho escravo na capital e no estado de São Paulo, representando um avanço no acesso a grupos de risco não acessados pelas políticas públicas atuais e na construção de alternativas intersetoriais de atendimento.
Em agosto de 2020, foi lançada a sistematização com os resultados do Projeto Chega de Trabalho Infantil na Indústria da Moda.
Durante o ano de 2020, a Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil se dedicou também à produção de dois conteúdos especiais para o site, visando a denúncia de casos de exploração do trabalho infantil e violação de direitos humanos.
Publicada em julho, a reportagem Fogo, Artifícios e Dor resgatou o caso da explosão de uma fábrica clandestina de fogos em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, onde trabalhavam 22 crianças, jovens e mulheres em condições ilegais. O acidente matou 64 pessoas. Os seis sobreviventes tiveram cerca de 70% do corpo queimado. O caso foi levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos, que responsabilizou o Estado brasileiro pela grave violação de direitos. A reportagem também foi publicada pelo UOL TAB.
No mês de setembro, no especial Migração de Famílias Venezuelanas em Roraima, denunciamos uma remoção ilegal de famílias imigrantes do país vizinho movida pela Prefeitura de Boa Vista, capital de Roraima, deixando mais de cem crianças e adultos desalojados em plena pandemia. A ação ocorreu sem ordem judicial, considerada ilegal pela Defensoria Pública da União (DPU) e por diversos movimentos sociais.
Como uma maneira de fazer chegar às favelas e quebradas do Brasil as principais informações sobre a Covid-19, de forma direta e acessível, o desenhista Lucas Luciano, conhecido como Ciano Buzz, tem usado a sua arte em quadrinhos. Com traços originais e bom humor, as tirinhas explicam o que é o coronavírus e quais as formas de prevenção. A iniciativa é resultado de uma parceria do artista com a Cidade Escola Aprendiz – por meio da sua área de Comunicação para o Desenvolvimento –, Rede Conhecimento Social, Rede de Advocacy Colaborativo (RAC), Frente Favela Brasil e Brasil de Fato de Pernambuco.
A Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil lançou em setembro de 2020 a campanha Previna Acidentes: Seja contra o Trabalho Infantil Doméstico. Com o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19 e o fechamento das escolas, o risco do trabalho infantil doméstico aumenta, uma vez que as famílias buscam outras formas de conseguir dinheiro, quando cresce o desemprego.
Em outubro de 2019, foi criado um Grupo de Trabalho (GT) específico na Comissão Municipal de Erradicação do Trabalho Infantil (CMETI) para discutir o Projeto Chega de Trabalho Infantil na Indústria da Moda de São Paulo, realizado com o apoio do Instituto C&A. Com continuidade em 2020 e a partir dos casos e das questões despertadas pelo projeto, foram abordados importantes aspectos da agenda educacional, migratória e do trabalho infantil na cidade, com ênfase para a construção de novas metodologias de identificação de trabalho infantil na indústria da moda e reinserção escolar de crianças em situação de trabalho.
A gestora da área de Comunicação para o Desenvolvimento, Roberta Tasselli, participou, no dia 2 de julho de 2020, com representantes da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) de uma reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude da Câmara de Vereadores de São Paulo, em que foi debatida a questão do trabalho infantil no país e na capital paulista.
No intuito de aprofundar suas ações de advocacy, a Cidade Escola Aprendiz, por meio da área de Comunicação para o Desenvolvimento, atuou em diversas redes de organizações sociais que buscam influenciar formadores de políticas públicas, assim como decisões tomadas pelo Judiciário. Dessa forma, o Aprendiz fez parte de nove iniciativas desse caráter, como a Rede de Advocacy Colaborativo (RAC), Pacto pela Democracia, Rede Narrativas, Rede Cardume, Diálogos Intersetoriais, Frente Antirracista da Abong, Grupo de Litígio Estratégico da Ação Educativa, Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CPPHA) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente do Grupo Mulheres do Brasil.
Com o tema "O impacto do coronavírus em crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade", a Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil estreou no dia 13 de abril o Peteca Debate. Trata-se de encontros ao vivo no Instagram da Rede Peteca envolvendo convidados para conversas sobre trabalho infantil e direitos de crianças e adolescentes. O primeiro encontro foi realizado em parceria com o Fórum Estadual de Aprendizagem, Proteção ao Adolescente Trabalhador e Erradicação do Trabalho Infantil do Espírito Santo (Feapeti - ES) e contou com a mediação da jornalista da Rede Peteca Bruna Ribeiro e a participação da juíza do Trabalho Suzane Schulz Ribeiro, coordenadora do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho); e do mestre em Serviço Social Thauan Pastrello, técnico de referência do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil de Vitória (ES).
Em maio, a discussão foi sobre violência sexual contra crianças e adolescentes com representantes do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) de Mossoró (RN). O mês também contou com uma conversa sobre o cenário atual das crianças em situação de rua em tempos de pandemia, com a participação de Marco Antônio da Silva, conhecido como Markinhus, conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e coordenador nacional do Projeto Meninos e Meninas de Rua do ABC.
No mês de julho, o debate foi sobre riscos à aprendizagem durante a crise do coronavírus, com Marcelo Gallo, superintendente nacional de Operações do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Devido à crise econômica ocasionada pela pandemia, as vagas de aprendizagem no Brasil sofreram impacto. Segundo levantamento do CIEE, houve uma redução de 50% nos novos contratos da organização, incluindo estágios e contratos de aprendizagem profissional ao longo do mês de março, quando a pandemia chegou ao Brasil.