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28 de setembro de 2015

Seminário sela a conclusão do projeto de Fortalecimento de Fóruns e Redes de Defesa da Criança e do Adolescente no Fundão do Jardim Ângela

A Cidade Escola Aprendiz finalizou neste sábado (26/09) o projeto de Fortalecimento de Fóruns e Redes de Defesa da Criança e do Adolescente no Fundão do Jardim Ângela, desenvolvido pela organização, com o apoio do Fumcad, da CCR e da Demarest desde outubro de 2014.  O encerramento se deu no Seminário Conexões nos territórios: Cultura e Educação – aproximações necessárias, realizado em parceria com a EMEI Chácara Sonho Azul. A escola se destaca na região e no projeto pelo papel articulador de diversos atores na construção de um território educativo.

O Fortalecimento de Fóruns e Redes de Defesa da Criança e do Adolescente no Fundão do Jardim Ângela foi elaborado para dar continuidade a outra iniciativa desenvolvida nessa região em 2012, quando o professor Antonio Norberto Martins, diretor da EMEI, convidou o Aprendiz para apoiar o desenvolvimento do Bairro-escola Fundão do Jardim Ângela. Na ocasião, foi elaborado um diagnóstico socioterritorial do Bairro-escola, um trabalho de fomento a uma rede local com vistas a promoção dos direitos da criança e do adolescente no território, formações de jovens protagonistas, fortalecimento dos agentes culturais locais na interface com as escolas da região, além de intervenções e requalificações de espaços culturais locais.

Com o apoio da Cidade Escola Aprendiz, as lideranças comunitárias que já se movimentavam no Fundão do Jardim Ângela foram empoderadas e a troca entre os articuladores da organização e a comunidade trouxe mudanças significativas para o território.

“Trouxemos [para o Fundão do Jardim Ângela] uma UBS Integral e uma Rede Hora Certa [programa de ambulatório de especialidades da prefeitura de São Paulo]”, revela dona Maria dos Anjos, líder comunitária da região. “Conseguimos também um terreno em que está sendo construído um [Centro de Educação Infantil] CEI e uma [Escola Municipal de Educação Infantil] EMEI, mas ainda há espaço sobrando. Nossa reivindicação agora é pela construção de uma [Escola Municipal de Ensino Fundamental] EMEF”, complementa a liderança comunitária, destacando uma das demandas do território.

Para dona Maria, os dados revelados na segunda etapa do projeto podem contribuir agora com essa reivindicação.  Neste período, a comunidade foi convidada para debater as informações do diagnóstico elaborado na fase anterior.  Os diálogos se deram em encontros temáticos preparados pelo articulador do projeto, Renato Rocha, e orientados pela gestora Wendy Villalobos.

A sistematização desses dados foi disponibilizada online, para ampliar o acesso a essa discussão. Ao todo, foram 14 encontros que tinham como foco aprofundar o debate sobre o sistema de garantia dos direitos da criança e do adolescente a partir das oportunidades e necessidades apontadas pela comunidade.

Um dos encontros do projeto fez parte da programação do RevitaVila: Cor na Quebrada, organizado pela EMEI e pelo coletivo SPClan

Um dos encontros do projeto fez parte da programação do RevitaVila: a Cor na Quebrada, organizado pela EMEI e pelo coletivo SPClan

Para o diretor da EMEI Chácara Sonho Azul, o projeto fortaleceu a aproximação entre os agentes culturais do bairro à escola, principalmente a partir da aproximação do coletivo SPClan à EMEI, dando início a uma ampliação da questão da qualidade da educação no território. “Aqui, quando se fala sobre educação na periferia, a discussão se resume ao número de vagas. Não se discute a qualidade da educação. Temos que ampliar o repertório das nossas reivindicações e chegar ao ponto em que os movimentos apontem para a precariedade da qualidade”, afirma Martins.

O diretor defende que é a partir da aproximação entre a cultura e a educação que a região vai conseguir se desenvolver com mais efetividade. “Sabemos que há uma série de carências no território, mas a discussão sobre habitação não conversa com a de transporte nem com a de segurança, por exemplo. É o debate sobre educação e cultura que pode dar liga a todas essas questões”, explica.

Para a coordenadora executiva de programas da Cidade Escola Aprendiz, Agda Sardenberg, neste cenário de construção de território educativo, a EMEI não apenas transforma a comunidade como é transformada por ela. “A escola faz uma provocação em relação ao currículo, no intuito de torná-lo mais livre, de garantir o envolvimento de lideranças comunitárias, de equipamentos e coletivos culturais e assim provoca uma relação mais integrada com o território, gerando uma discussão sobre o projeto político pedagógico para que seja de fato mais contemporâneo e emancipador”, conclui.

 

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